Agentes penitenciários presos cobravam até R$ 5 mil por cada celular que entrava em presídio
Oito agentes foram presos nesta segunda-feira, e outros dois estão foragidos. Eles atuavam no Centro de Detenção de Marataízes.
ALMIR NETO | aneto@redegazeta.com.br
Oito
agentes penitenciários foram presos na manhã desta segunda-feira (16), acusados
de facilitarem a entrada de celulares e drogas no Centro de Detenção Provisória
(CDP) de Marataízes. A entrega de cada celular pelas mãos dos agentes chegava a
custar R$ 5 mil, dependendo do modelo e da quantidade de chips.
Os
agentes presos foram acusados de crimes como formação de quadrilha, tráfico,
associação para o tráfico, peculato, corrupção ativa e passiva, entre outros.
De acordo com o delegado, ao fim do inquérito será definida a participação de
cada um dos acusados no esquema.
Os
agentes presos foram identificados como Wesley Bernardo Martins, 34 anos,
Welington Paz Teixeira, Thiago Marvila Paz, de 32 anos, Walace da Silva
Pimentel e Edipo Bahiense Pontes, de 24 anos, Maicon de Souza Santos, 31, Saulo
de Freitas, 27 e Evaldo Dias, 41 anos. Todos foram encaminhados para o Centro
de Detenção de Xuri, em Vila Velha.
Outros
dois agentes não foram localizados pela polícia, e são considerados foragidos.
Na operação, foram apreendidas as armas dos agentes, veículos, celulares,
dinheiro e notebook. A investigação corria há cerca de um ano e meio.
Viagem ao exterior
De
acordo com o superintendente de Polícia do Interior, delegado Danilo Bahiense,
que comandou as investigações, os agentes tinham entre 2 e 13 anos de atuação
dentro do sistema prisional e um deles teria viajado para o exterior, após o
registro de uma fuga. “É no mínimo estranho que ele tenha feito essa viagem
logo após a fuga de presos, uma vez que o salário médio dos agentes não é
compatível com esse tipo de lazer".
Bahiense
também comentou que os agentes eram assediados por detentos e também por familiares.
“Eles facilitavam a entrada de drogas e celulares, principalmente. Certamente
os agentes são assediados pelos presos e também por familiares. Tudo isso
facilita. Se o cidadão não tiver princípios éticos e morais, ele acaba se
corrompendo”, salientou.
Secretário diz que
servidores perderão seus empregos
O
secretário de Justiça do Estado do Espírito Santo, Sérgio Alves Pimentel,
declarou durante entrevista coletiva que a fiscalização sobre o sistema como um
todo é constante e que ela vai continuar. “Não terminamos por aqui. Nesse caso
serão instaurados inquéritos administrativos e os servidores perderão os seus
empregos”, confirmou.
Ele
disse também que há uma parceria entre a Sejus, a Polícia Civil e o Ministério
Público para a realização de investigações. Ele também revelou que nos últimos
seis anos o governo realizou investimentos da ordem de R$ 450 milhões em
equipamentos, treinamento de pessoal, e construção de novas unidades.
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