Entre em contato com a AMAFAVV

Telefones: (27) 99939-3007, (27) 98808-2908 e (27) 3132-2138 - Endereço: Avenida Princesa Isabel, nº06, Ed. Martinho de Freitas, Sala 1510, Centro, Vitória/ES

domingo, 13 de maio de 2012

Mães que choram: Mulheres buscam forças para superar perdas dos filhos em tragédias que marcaram 2012

Débora Herzog
Redação Folha Vitória
 
Isabel Barroso, Sely Ribeiro de Jesus, Josélia Ferreira de Jesus e Margareth Vieira Amaral. Essas quatro mulheres têm vidas e realidades completamente diferentes. Mas, nesse Dia das Mães, um único sentimento é capaz de uni-las: o luto. Cada uma delas terá que lidar com o sofrimento e com a dor da perda nessa data tão especial.
Essas mulheres perderam os filhos em verdadeiras tragédias que comoveram os capixabas nos últimos meses. Além da tristeza, muitas delas precisam conviver com a injustiça e a impunidade.


Andrew, Thaislayne, Roliver e Marllon mal tinham começado a vida quando morreram de forma súbita e inesperada. Alguns foram vítimas da criminalidade; outros da fatalidade. Suas histórias se cruzam exatamente no momento do luto.
DivulgaçãoUma dor inexplicável tomou conta da vida da mãe de Andrew em fevereiro deste ano. O menino cheio de vida e saúde foi baleado durante uma troca de tiros envolvendo a polícia e suspeitos de um roubo de carro. Tudo aconteceu no bairro Jardim Tropical, na Serra. Indignados, vários moradores se mobilizaram e chegaram a entrar em confronto com a PM durante um protesto.
Não bastasse o sofrimento pela perda, Isabel é uma das muitas mães capixabas que convive com a sensação de impunidade. “A morte do meu filho ainda está impune. Torço para que as pessoas sejam culpadas pelo crime que cometeram, mas sei que antes de qualquer coisa está a justiça de Deus”, comentou.
Para superar a tristeza, ela disse que se apóia em Deus, nos outros filhos e no restante da família. “Esse vai ser o pior Dia das Mães da minha vida. Ele só vai existir porque eu tenho outros filhos. Ainda não superei a morte do Andrew e acho que nunca superarei. Toda vez que me lembro dele, dá um aperto no coração”, lamentou.
DivulgaçãoSaber que os acusados de cometer o crime estão presos não trouxe mais conforto para o coração de Sely Ribeiro de Jesus. Inconformada com a morte da filha de apenas dois meses de idade, ela sente os reflexos da insegurança todos os dias. “Eu não consigo ficar tranquila sabendo que minha outra filha de 12 anos está fora de casa. Se meu bebê morreu no colo do pai, praticamente dentro de casa, imagine o que não pode acontecer na rua?”, problematizou.
A festa do Dia das Mães não será a mesma e Sely terá que pensar no que vai fazer com o enxoval recém-comprado e pouco usado pela filha. Os planos de uma linda festinha de um ano para Thaislayne também terão que ser modificados. Fica apenas a dor e a saudade. “Estamos em guerra e só morrem inocentes. Os vagabundos ficam vivos. Não consigo nem olhar para as roupinhas dela. Estou esperando pelo menos me recuperar um pouco para poder pensar nisso”, acrescentou.
Mesmo diante de tamanho sofrimento, essa mulher se preocupa com a tristeza das mães dos criminosos. “Não desejo mal para ninguém. Só Deus para cobrar o que eles fizeram. Acho difícil para as mães, que criaram filhos que se transformaram em criminosos”.
DivulgaçãoDiferente das outras mães, o crime que tirou a vida do filho de Josélia Ferreira de Jesus não aconteceu na rua, mas dentro de uma escola. Roliver suicidou-se depois de sofrer ofensas por parte dos colegas de sala de aula.
A vítima deixou uma carta pedindo desculpas pelo suicídio e dizendo que não entendia porque era alvo de tantas humilhações. O menino se enforcou com o cinto da mãe e foi encontrado já desacordado pelo pai.
“Não há nada que possa suprir a necessidade de estar com um filho que se perdeu. É uma dor muito forte e que nunca acaba. Muito pelo contrário: ela cresce a cada segundo. Preciso acreditar que ele está vivo, não nessa dimensão, mas em outra. E que realmente nós ainda vamos nos encontrar”, lamentou ela.
Esse também é o primeiro Dia das Mães que Josélia vai passar longe do filho. “O meu bebê não estará comigo fisicamente, mas espiritualmente ele está sempre aqui, em tudo o que faço e em tudo o que vejo”, acrescentou.
DivulgaçãoMais que um filho, Margarete Vieira Amaral perdeu um grande amigo. Marllon morreu junto com outros quatro amigos em um trágico acidente de carro quando seguiam de São Mateus para Prado, na Bahia.
O sofrimento pela morte repentina do filho vem acompanhado do sentimento de descaso. “Meu filho é vítima do descaso do Governo, que não fornece estradas de qualidade. O acidente aconteceu em um local completamente sem sinalização”.
A lembrança que permanecerá no coração e na memória dessa mãe é a de um filho alegre e cheio de vida. “Toda mãe tem um filho mais dengoso. O meu era ele. Todo mundo falava que eu era puxa-saco, mas não há nada disso. Amo todos os meus filhos da mesma forma, mas nós realmente tínhamos muita afinidade. Saíamos juntos, viajávamos, dormíamos na mesma cama... Essa dor nunca vai passar”.

http://www.folhavitoria.com.br/geral/noticia/2012/05/maes-que-choram-mulheres-buscam-forcas-para-superar-perdas-dos-filhos-em-tragedias-que-marcaram-2012.html

Um comentário:

  1. Nunca perdi um filho assim agraças a Deus mais tenho um filho de 3 anos chamado isaque e tenho medo que alguma dessas histórias ocorra com migo.
    A um pouco mais de 6 anos perdi uma prima pela qual adimirava ela foi queimada viva junto com duas amigas e ador de ter perdido ela permanece ate hoje.

    ResponderExcluir