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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Maioria dos presos no Estado é jovem e tem baixa escolaridade


 Os números que acompanham as estatísticas do sistema carcerário e da violência urbana do Estado estão intimamente ligados à falta de políticas públicas que garantam a dignidade e previnam a entrada de jovens – principalmente negros e de periferia – na criminalidade. Mais da metade dos presos do Estado tem idade entre 18 e 29 anos, o que é um demonstrativo da falta de perspectiva da juventude desde a infância, já que a maioria deles é oriunda de regiões de periferia.

O professor Roberto Garcia Simões, em artigo publicado nesta terça-feira (24), em A Gazeta, lista dados que comprovam a ausência de políticas públicas para a juventude, o que contribui para os números epidêmicos de homicídios entre jovens de periferia. O Estado está no topo do ranking de homicídios – só perdendo para Alagoas – em cinco recortes: total, mulheres, jovens, negros e em acidentes de carro, de acordo com o Mapa da Violência 2012. Os números de guerra civil demonstram, segundo o professor, que as violências estão entrelaçadas na sociedade capixaba.

Do universo total da população carcerária do Estado, 54% são jovens com idade entre 18 e 29 anos, o que corresponde a mais de 6 mil pessoas. Destes, 32% têm entre 18 e 24 anos e 64% têm ensino fundamental incompleto. Esses dados são reflexos da falta de perspectiva e da segregação social da juventude de periferia, sem acesso a políticas públicas que previnam a entrada da juventude na criminalidade.


Embora os representantes da segurança pública do Estado insistam na correlação entre tráfico de drogas, violência e homicídios, as entidades que cobram a adoção de políticas públicas nas regiões de periferia afirmam que as drogas não são a causa do extermínio de jovens no Estado, e sim a consequência.  A falta de ensino, cultura, acesso à saúde, esporte e lazer nas comunidades reduz as perspectivas de crianças e jovens das regiões periféricas e influenciam o aliciamento deles por criminosos.

O governo do Estado deveria estar em processo de implantação dessas políticas públicas, já que lançou um Grupo de Trabalho (GT) em janeiro deste ano, responsável por traçar um raio-x da juventude, com o objetivo de nortear a adoção de políticas voltadas para esta parcela da população. No entanto, os trabalhos do GT já foram encerrados sem quem fosse elaborada a minuta de um decreto para regulamentar o Conselho Estadual da Juventude (Cejuve).

Em vez disso, o que foi implantado foi o programa de segurança Estado Presente, considerado engessado, por não ter a participação da sociedade civil e pelo alto investimento no aparelho repressor em detrimento das políticas de prevenção.

O Estado é um dos poucos do País que não tem um Conselho de Juventude e um dos que mais vitima jovens, principalmente os negros e de periferia. Na última quarta-feira (18) foi divulgado o novo recorte do Mapa da Violência 2012 – Crianças e Adolescentes do Brasil que colocou o Espírito Santo novamente em segundo lugar no número de homicídios de pessoas com idades entre 0 e 19 anos. Coordenado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, o estudo aponta que o Estado tem taxa de 33,8 homicídios de jovens por grupo de 100 mil e só perde para Alagoas, por apenas um ponto, que registra 34,8 homicídios por 100 mil. Os dados consolidados do Mapa da Violência são referentes a 2010, último ano do governo Paulo Hartung (PMDB).

Os números do Mapa da Violência atestam que não existe tendência de queda nos homicídios, já que o Estado figura no topo desde o início dos anos 2000 e, em vez de reduzirem as taxas de homicídios, elas estagnaram e chegam a ameaçar o primeiro lugar de Alagoas. A taxa de homicídios se refere somente ao segmento de 0 a 19 anos, que já representa um número de guerra civil. O resultado geral de homicídios registrados naquele ano chega a 54 por 100 mil habitantes, o que demonstra níveis epidêmicos de violência no Estado.

http://www.seculodiario.com.br/exibir_not_ultimas.asp?id=8434

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